O papel do touro na formação de um plantel lucrativo
Como um bom reprodutor transforma o rebanho, valoriza as matrizes e aumenta o lucro da fazenda.
Na pecuária de cria, todo resultado nasce da combinação certa entre vacas bem manejadas e touros de qualidade. As matrizes são o alicerce do sistema, elas garantem a gestação, o parto e a criação dos bezerros. Mas para que o rebanho realmente evolua, é o touro que define o rumo genético da fazenda.Um reprodutor certo pode multiplicar resultados. Um errado, travar o avanço do seu rebanho por anos.
Ao longo deste texto, você vai entender:
- A importância do touro na cria e seu impacto direto no lucro da fazenda;
- Como o reprodutor influencia o desempenho e o valor das matrizes;
- A diferença entre um touro de boiada e um touro melhorador;
- Por que o touro P.O. é um investimento que se paga rápido;
- Como descobrir o potencial real do seu rebanho com o Raio X da Cria.
A força do touro no avanço genético da cria
De acordo com a Embrapa Gado de Corte, até 80% do progresso genético de um rebanho de cria vem dos touros. Isso acontece porque um único reprodutor participa de dezenas de acasalamentos por estação e sua genética se espalha rápido pelo rebanho.Cada bezerro é metade do touro e metade da vaca. Ou seja, um bom touro potencializa o que a matriz tem de melhor, enquanto um touro ruim compromete gerações.
As vacas são a base produtiva da fazenda, mas o touro é o motor que acelera o avanço genético. Ele reforça características positivas, como:
- Ganho de peso e precocidade dos bezerros;
- Fertilidade e longevidade das filhas;
- Habilidade materna e desempenho reprodutivo;
- Melhor rendimento de carcaça e valorização dos animais.
Agora pense no impacto financeiro: um touro mal avaliado, sem histórico genético, pode gerar bezerros 20 kg mais leves na desmama.Com a arroba a R$ 280, isso representa uma perda de cerca de R$ 370 por bezerro. Num lote de 30 vacas, o prejuízo passa de R$ 11 mil por estação, apenas por ter escolhido o reprodutor errado.Em contrapartida, um touro melhorador pode gerar o mesmo valor em ganho. A diferença está na genética que ele entrega.
Touro de boiada x Touro melhorador
Esse é um ponto que ainda divide muitos criadores.O touro de boiada é aquele sem registro, sem controle de origem e escolhido “no olho”. Ele pode parecer bom, mas o que transmite geneticamente é imprevisível. A cada estação, o produtor joga com a sorte e normalmente perde eficiência e padrão no rebanho.
Já o touro melhorador ou touro P.O (Pura Origem) é selecionado com base em dados técnicos e avaliações genéticas. Ele foi testado, comparado e aprovado para gerar desempenho.Esses touros são avaliados em programas de melhoramento que medem características como peso, fertilidade, habilidade materna e rendimento de carcaça — tudo o que importa para lucrar mais na cria.
Em outras palavras: enquanto o touro de boiada é uma aposta, o touro melhorador é uma garantia.
👉 Se quiser se aprofundar nessa diferença, leia o artigo: Touro de Boiada x Touro Nelore P.O: tudo que você precisa saber
Touro P.O.: um investimento que se paga rápido
Muitos criadores olham o preço de um touro P.O. (Puro de Origem) e acham caro. Mas quando colocamos o custo e o retorno na balança, o resultado muda completamente.
Um touro P.O. cobre em média 30 vacas por estação. Em quatro anos de uso, são 120 bezerros gerados.Se cada bezerro pesar 10 kg a mais na desmama, isso já representa 1.200 kg extras de bezerro ou R$ 7.500 a mais em faturamento, considerando a arroba a R$ 280.E esse é um cálculo conservador: em muitos casos, a diferença de desempenho entre o bezerro de touro P.O. e o de touro de boiada chega a 20 kg ou mais.
Além disso, as filhas desse touro carregam genética superior, sendo mais férteis, produtivas e longevas.
Com o tempo, o rebanho de matrizes passa a produzir bezerros melhores, aumentando o valor médio de venda e o retorno do investimento.
No fim, o que parecia caro se mostra o investimento mais barato da fazenda, porque se paga rápido e deixa um legado duradouro.
O touro certo valoriza suas matrizes
Um bom touro não substitui o papel das vacas, ele potencializa o que elas têm de melhor.Quando há equilíbrio entre genética materna e paterna, a produtividade cresce, o padrão dos bezerros melhora e o rebanho se valoriza como um todo.Essa harmonia entre matrizes e reprodutores é o que diferencia um rebanho comum de um plantel de matrizes lucrativo.
Cada estação de monta é uma nova oportunidade de construir o futuro da fazenda. E essa construção começa pela escolha do touro certo.
Descubra o potencial da sua cria
Quer saber se o seu rebanho está realmente te dando o retorno que poderia?A erural criou uma ferramenta gratuita e prática: o Raio X da Cria. Com ela, você entende:
- Onde estão os gargalos da produção;
- Quanto está deixando de lucrar por falta de genética;
- E o quanto um bom touro pode transformar seus resultados.
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Conclusão
Na pecuária de cria, cada decisão genética molda o futuro da fazenda.O touro certo não é apenas um reprodutor, é um multiplicador de produtividade, lucro e valor.Quando ele trabalha ao lado de boas matrizes, o resultado é um rebanho mais eficiente, bezerros mais valorizados e um negócio mais rentável ano após ano.Escolher bem o touro é, portanto, investir na base do lucro da fazenda.