"Mal da Vaca Louca no Pará": Quais os próximos passos agora que sabemos se tratar de um caso atípico
Entenda o caso da "vaca louca" no Pará, o que é a forma atípica, a importância econômica da doença e quais os próximos passos para o retorno das exportações.
Há duas semanas, foi reportado um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como "vaca louca", no município de Marabá, no Pará. Após análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal, foi confirmado que se trata de um caso atípico, ou seja, um caso espontâneo e isolado que não oferece riscos de contaminação para outros animais ou seres humanos.
Vale destacar que casos dessa forma da doença não é algo extremamente raro de acontecer, sendo ocasionalmente detectados nos últimos anos. No Brasil, no ano passado, foram relatados casos nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. Já esse ano, países como Espanha e Holanda também reportaram formas atípicas da doença nos seus rebanhos.
O que é a doença:
A encefalopatia espongiforme bovina (EEB), mais conhecida como "vaca louca", é uma doença neurodegenerativa que afeta o gado bovino. Ela é causada por uma proteína anormal chamada príon, que afeta o sistema nervoso do animal e causa sintomas como falta de coordenação motora, problemas de equilíbrio e agressividade. A doença é fatal e não há cura.
Diferença da forma atípica para a forma não atípica (clássica):
A forma atípica da doença ocorre de forma esporádica e espontânea em animais mais velhos, enquanto a forma clássica está relacionada à alimentação do animal com ração contaminada com restos de outros animais infectados. Por esse motivo, vale ressaltar, é estritamente proibido alimentar ruminantes com proteínas de origem animal.
A forma atípica é considerada menos perigosa e de menor risco para a saúde pública, já que o príon é encontrado em menor quantidade e a doença se desenvolve mais lentamente.
Importância econômica:
A doença da "vaca louca" tem grande importância econômica, uma vez que pode afetar as exportações de carne bovina. Isso ocorre porque muitos países impõem restrições ao comércio de carne de países onde a doença é detectada. No caso do Brasil, o país é um grande exportador de carne bovina, e a descoberta de um caso da doença pode vir a afetar a economia do setor.
Próximos passos após a confirmação do caso atípico:
- O Ministério da Agricultura e Pecuária informou que está adotando imediatamente as providências de acordo com os protocolos sanitários para restabelecer as exportações da carne bovina brasileira o mais breve possível.
- Será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do desembargo da exportação da carne bovina ao país, um dos principais importadores da carne brasileira.
- É importante que o governo brasileiro mantenha a transparência e a rapidez no processo de informação e investigação da doença para que possa garantir a segurança alimentar do produto e evitar prejuízos econômicos para o setor.
Mantenha-se sempre atualizado dos principais assuntos da pecuária e do mundo do agronegócio, acompanhe o blog da erural e fique por dentro de tudo. Não deixe de conferir também os melhores eventos da pecuária brasileira, acesse nossa agenda de eventos e veja o que teremos neste mês.
Leia mais
- O que é CEIP em animais e por que você precisa conhecer!
- Sherlock da Matinha: O legado do ícone da raça Nelore
- 7 passos para deixar os bebedouros limpos em sua fazenda!
Fonte: Canal Rural